Falta de escolta faz preso velar corpo da mãe em pavilhão de segurança máxima
O presidiário
Severino dos Ramos Feliciano Simão, 33, que cumpre pena na Penitenciária
Estadual de Alcaçuz, em Nísia Floresta, conseguiu na Justiça um fato
inusitado, no último domingo (28). Ele velou o corpo da mãe no Pavilhão V
da unidade, depois que não teve agentes penitenciários para escoltá-lo
até o cemitério, onde o enterro ocorreria.
Segundo informações, a permissão para a entrada do corpo de Maria das
Graças na penitenciária foi autorizada pela juíza Flávia Sousa Dantas
Pinto, da comarca de Nísia Floresta, que acatou o pedido do advogado do
preso, que há mais de 14 anos não via a mãe.
O diretor da unidade, Adalberto Linhares, cumpriu a decisão, mas não
permitiu que fossem feitas imagens do velório, pois não foi liberada a
entrada de câmeras fotográficas, de vídeo ou celulares. Adalberto
Linhares justificou a falta de agentes penitenciários para levar
Severino ao cemitério porque a escolta é limitada nos finais de semana.
O corpo de Maria das Graças chegou a Alcaçuz acompanhado da esposa do
preso e outros familiares. A decisão da juíza foi favorável ao pedido
dos advogados, que se basearam no artigo 120 da Lei de Execuções Penais,
que permite que os presos possam sair em caso de doença ou morte de
familiares.