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QUEM NÃO DEVE NÃO TEME: O PAU QUE DÁ EM CHICO TEM QUE DÁ EM FRANCISCO


O presidente Jair Bolsonaro se elegeu hasteando a bandeira de combate a corrupção. O maior sinal de que ele estava disposto a acabar com os negócios espúrios em Brasília foi a escolha do ex-juiz da Operação Lava-Jato, Sergio Moro, para comandar o ministério da Justiça e chefiar a Polícia Federal. Nesta quinta-feira, 23, Bolsonaro disse a Moro que irá demitir o diretor-geral da PF, Maurício Valeixo, responsável por coordenar em Curitiba a prisão do ex-presidente Lula. A notícia conflagrou mais uma crise no governo.

Mas por que, afinal, Bolsonaro quer trocar a cúpula da Polícia Federal, composta por integrantes da Lava-Jato?

Desde setembro do ano passado, o presidente está insatisfeito com Valeixo. Naquela época, Bolsonaro foi informado de uma trama armada entre os policiais para investigar o seu amigo e deputado federal Hélio Lopes, conhecido como Hélio Negão. A revelação colocou a cabeça do diretor-geral da PF a prêmio.

No mesmo mês, a Polícia Federal deflagrou uma operação contra o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), líder do governo no Senado, e cumpriu mandados de busca e apreensão em gabinetes do Congresso. Isso irritou alguns parlamentares, que reclamaram com Bolsonaro e Moro.

Outro ponto que desgastou Valeixo foi a investigação do esfaqueador do presidente, Adélio Bispo de Oliveira. Bolsonaro chegou a pressionar publicamente a PF para desvendar a identidade do suposto mandante do ataque sofrido em Juiz de Fora, Minas Gerais, durante as eleições de 2018. Após uma apuração minuciosa, a Polícia Federal concluiu que o criminoso agiu sozinho e sofria transtornos mentais. O presidente nunca engoliu essa explicação, mesmo após uma exposição detalhada do caso no Palácio do Planalto.

Além disso, aliados do presidente passaram a detonar Valeixo e Moro nos bastidores e a trabalhar para emplacar um substituto para comandar a PF. No fim do ano passado, o ex-deputado federal, Alberto Fraga, tentou convencer Bolsonaro a nomear o delegado e secretário de Segurança do Distrito Federal, Anderson Torres. Em outra frente de pressão, os filhos do presidente sugeriram o diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem, que trabalhou como segurança de Bolsonaro durante as últimas eleições. Naquela ocasião, o presidente chegou a dar um prazo para resolver esse impasse: início deste ano.


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