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Comitê Científico do Nordeste sugere lockdown em Natal e Mossoró


O comitê de cientistas do Consórcio Nordeste, que envolve os nove estados da região, sugeriu a implantação do lockdown - que engloba medidas mais restritivas à circulação de pessoas - em Natal e Mossoró, as duas maiores cidades do Rio Grande do Norte, por causa do avanço do novo coronavírus. O parecer está em um boletim publicado na quinta-feira (21) e também abrange outras capitais e cidades nordestinas.

"O Comitê Científico se sente na obrigação profissional de alertar que em vários estados, capitais e municípios específicos da região Nordeste, todos os critérios (curva ascendente de casos e óbitos e ocupação de leitos de UTIs e/ou enfermarias superior a 80%) para adoção do isolamento mais restritivo (conhecido pelo termo em inglês lockdown), aprovados e publicados por este Comitê, já foram preenchidos. Portanto, a partir de hoje estas localidades podem ter que utilizar esta medida para diminuir as curvas de expansão da pandemia e evitar uma velocidade ainda maior no número de óbitos", afirma o relatório.

Na manhã desta sexta-feira (22), por volta das 8h50, a taxa de ocupação de leitos de UTI estava em 97,5% na região metropolitana de Natal e 87% em Mossoró, sendo que havia mais de 70 pessoas na fila de espera por leitos. Do total, 13 eram prioridade 1, ou seja, estavam em situação mais grave.

O Rio Grande do Norte está há uma semana sem representante no comitê de cientistas do Nordeste, desde a saída de Ricardo Valentim, coordenador do Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (Lais) da UFRN, por divergências com o comitê, inclusive ser contrário à implantação de lockdown. Valentim continua integrando um comitê estadual.

Os pesquisadores recomendaram ainda o aumento de testes para coronavírus e para dengue, considerando que o aumento dos casos dessa doença também deverá contribuir para a sobrecarga dos sistemas de saúde da região Nordeste nas próximas semanas.

O documento sugeriu a criação de "brigadas emergências de saúde", formadas por médicos, enfermeiros e agentes de saúde para "combater" a epidemia nas casas das pessoas, nos bairros e periferias das cidades. Também se posicionou contrário ao uso da hidroxicloroquina no tratamento aos pacientes da Covid-19.

G1/RN