Líder nas pesquisas, Lula supera Bolsonaro também em popularidade digital.
Batizado de Índice de Popularidade Digital (IDP), o ranking é elaborado diariamente pela Quaest Consultoria, que coleta dados em redes sociais e buscadores -- como Twitter, Instagram e Google Search -- e leva em consideração indicadores como número de seguidores, capacidade de promover engajamento e quantidade de reações positivas às mensagens postadas. Com essas informações, a Quaest confere uma pontuação de 0 a 100 a cada presidenciável.
Em 11 de maio, um dia antes do depoimento de Wajngarten à CPI da Pandemia, Bolsonaro estava em primeiro lugar, com 83,38 pontos, e Lula aparecia em segundo, com 57,35 pontos. A partir daí, a popularidade digital do presidente começou a cair, enquanto a do antecessor passou a subir. Em 18 de maio, quando Ernesto Araújo falou à comissão, Lula marcou 73,52 pontos e superou Bolsonaro, que registrou 72,89 pontos. No dia seguinte, quando Pazuello prestou depoimento pela primeira vez aos senadores, o petista ainda manteve pequena vantagem, de 72,23 a 70,22.
“Lula continua sendo o candidato de oposição com melhor desempenho digital entre os concorrentes porque seu legado econômico foi forte, variável definitiva nas eleições presidenciais”, diz o cientista político Felipe Nunes, diretor da Quaest. Desde o início do ano, foi apenas a segunda vez que o petista desbancou o atual presidente do topo do ranking. A primeira ocorreu durante um período de cerca de dez dias, em março, mês que registrou recordes sucessivos de mortes por Covid-19 e no qual o pagamento do auxílio emergencial ainda não havia sido retomado.
Como ocorre nas pesquisas de intenção de votos, os nomes de centro patinam no universo digital. A exceção é Luciano Huck, que figura geralmente em terceiro lugar no ranking, mas já tomou de Lula a segunda posição em algumas ocasiões. A força de Huck, no entanto, decorre principalmente de sua popularidade como apresentador de televisão. Os outros postulantes centristas não têm esse ativo e penam até aqui para ganhar pontos e se beneficiar do derretimento de Bolsonaro. Em 19 de maio, Huck anotou 40,5 pontos, Ciro Gomes (PDT) 29,15 pontos, João Doria (PSDB) 23,77 pontos e Henrique Mandetta (DEM) 15,91 pontos.