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Os bastidores da volta de Robinho, condenado por estupro, ao Santos. Atacante de 36 anos retorna à Vila Belmiro com salário simbólico e em meio à uma grave denúncia de violência sexual na Itália


 presidente Orlando Rollo ao lado de Robinho, no CT Rei Pelé Santos FC/Divulgação

O retorno do atacante Robinho ao Santos, selado às pressas no último sábado 10, envolve mais do que aspectos técnicos. É, sem dúvidas, um bom reforço para atender o técnico Cuca na entressafra de uma nova punição que o clube sofrerá na Fifa, agora por dívidas com o Huachipato, envolvendo o venezuelano Yeferson Soteldo, e com Atletico Nacional, pelo zagueiro Felipe Aguilar. Há, no entanto, outras questões relevantes.

Aos 36 anos e com um salário simbólico de 1.500 reais segundo o clube, a quarta passagem do jogador pela Vila Belmiro também envolve outros acordos financeiros costurados em sigilo e, principalmente, a polêmica em torno da condenação em primeira instância sofrida na Itália, em 2017, a nove anos de prisão por violência sexual. Ele recorre em liberdade.

“O Robinho é cidadão brasileiro e foi condenado só em primeira instância. Eu não tenho conhecimento pleno do processo, nunca li, mas na minha profissão de policial [civil] aprendi que só devemos julgar uma pessoa quando não cabe mais recurso. Então, acho muito prematuro o que estão fazendo com o Robinho”, disse à PLACAR o presidente Orlando Rollo.

“De maneira alguma [recuaremos no acordo]. O Robinho é um ídolo nosso que se propôs a ajudar no momento mais difícil de sua história”, completou. Nos bastidores, o Santos não teme problemas jurídicos pelo caso envolvendo o jogador. Robinho participará, inclusive, normalmente de viagens para outros países em duelos válidos pela Copa Libertadores da América.

Em setembro do último ano, atuando pelo Istanbul Basaksehir, o atacante foi preservado de viagem a Itália para partida contra a Roma, válida pela fase de grupos da Liga Europa. O clube turco não confirmou à época se havia relação com o caso.

A contratação recebeu uma enxurrada de críticas pelas redes sociais. Pelo Twitter, o clube foi chamado de hipócrita, com seguidas menções a campanhas de conscientização de violência contra a mulher divulgadas no passado. A estratégia institucional do clube, no entanto, tem sido ignorar as contestações e exaltar o retorno de um ídolo.

Robinho foi condenado pela justiça italiana em 2017, quando era jogador do Atlético-MG, a nove anos de prisão após investigação de caso ocorrido em 22 de janeiro de 2013, na casa noturna Sio Café, em Milão. De acordo com a investigação, a vítima seria uma mulher albanesa, de 22 anos na época.

A denúncia aponta que Robinho e cinco amigos a intoxicaram com álcool até que a mesma fosse incapaz de recusar o ato sexual. Ele também foi condenado ao pagamento de 60.000 euros (392.000 reais pela cotação atual) a mulher.

“Enquanto um processo não transita em julgado, ou seja, não cabe mais recurso, já passou por todos os graus de apelação, ele ainda não é efetivamente um condenado. O processo ainda está na primeira fase, subindo para a segunda. Existem, pelo menos, três até quatro graus de recurso”, disse a advogada do jogador, Marisa Alija, em pronunciamento.

 

 (Por Klaus Richmond/Radar)