Flamengo investe pesado também fora de campo para se aproximar dos grandes clubes europeus
Para melhorar a logística e diminuir desgaste do elenco, clube muda de patamar também nos gastos com infraestrutura: voos fretados, áreas exclusivas, viagens casadas...
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Os muitos milhões que investiu para montar um elenco cheio de estrelas, sob o comando de Jorge Jesus, mudaram o patamar do time do Flamengo, líder do Campeonato Brasileiro e semifinalista da Libertadores. A chegada de um técnico estrangeiro e atletas de "nível europeu" como Filipe Luís e Rafinha, por exemplo, e a grande mobilização nacional em volta da equipe, fez o clube entender que precisava mudar de patamar também a estrutura em volta dos atletas.
O sarrafo aumentou. No Ninho do Urubu, os jogadores têm tudo que precisam, e o Flamengo passou a investir também para cercar o time com tudo o que há de melhor, com o objetivo de que nada atrapalhe o desempenho em campo. A ideia é dar ao elenco uma estrutura logística do mesmo nível dos grandes clubes da Europa e da seleção brasileira. A missão no dia a dia fica a cargo dos supervisores Gabriel Skinner e Márcio Santos, sob a supervisão do gerente de futebol Paulo Pelaipe.
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O sucesso do time aumentou proporcionalmente o assédio aos jogadores e, para controlar melhor o contato com os fãs e, principalmente, diminuir o desgaste do elenco com as longas e numerosas viagens, uma das medidas foi pagar por voos fretados. Na Libertadores, todos os trajetos foram em aviões exclusivos. No Brasileiro, em cerca de 50% dos jogos, com um aumento nesta reta final da competição.
A ida para Curitiba, onde venceu o Athletico-PR, foi assim. Da capital paranaense, o time foi direto para o Ceará, onde, nesta quarta-feira, enfrenta o Fortaleza. A viagem, por ser mais longa do que o normal, foi feita em um avião executivo de 50 lugares com bancos reclináveis, que oferecem maior conforto.
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Nos voos fretados, os atletas podem ficar sozinhos nas fileiras, esticar as pernas com mais facilidade e fazer tratamento durante o tempo no avião. Para isso, em algumas das viagens o clube tem levado dois fisioterapeutas, dois médicos e fisiologista. Em alguns jogos, como o da Libertadores no Equador e contra o Grêmio, em Porto Alegre, até um cozinheiro foi junto com a delegação.
Além da expectativa de que estes cuidados possam surtir um efeito positivo na preparação e recuperação dos atletas, a aposta é de que esta estrutura seja mais um diferencial para o Flamengo quando negociar futuramente com grandes estrelas do futebol mundial.
Privacidade nos aeroportos e recepção de Seleção nos hotéis
No aeroporto do Rio de Janeiro, a delegação rubro-negra utiliza o mesmo esquema, por exemplo, das seleções que disputaram a Copa América e dos astros que participaram do Rock in Rio. Os jogadores embarcam e desembarcam pelo salão nobre da área administrativa, onde há máquinas de Raio-X exclusivas e um menor assédio, o que agiliza o processo.
Gerson durante voo de Curitiba para Fortaleza — Foto: Alexandre Vidal/Flamengo
A tentativa de deixar o processo de embarque e desembarque mais tranquilo e ágil foi ampliada também para os outros aeroportos do país. A delegação costuma optar pela saída sem passar pelas áreas comuns. No início, não foi fácil convencer as autoridades locais. Por que apenas o Flamengo teria esse privilégio? O clube precisou argumentar que o atual time alcançou uma proporção diferente, com mobilização nacional.
O caso mais emblemático e que escancarou a necessidade de uma mudança de estratégia foi a chegada do time em Salvador para o duelo com o Bahia. Na ocasião, a multidão fez uma grande festa, mas deu muito trabalho para os seguranças do aeroporto e do Flamengo, que tiveram dificuldades para levar os atletas até o ônibus.