RACISMO: JOGADOR COLOMBIANO DO BAHIA OFENDE O JOGADOR GERSON DO FLAMENGO
Mais uma cena lamentável de discriminação racial para manchar o futebol brasileiro. O meia Gerson, do Flamengo, deixou o gramado do Maracanã indignado e revelando que foi alvo de racismo do colombiano Ramirez, do Bahia.
O lance ocorreu após um gol do Bahia. O atacante colombiano teria “provocado” o flamenguista e usado injúria racial. Na hora do ocorrido, Gerson ficou muito indignado e queria tirar satisfação, o que gerou um dos tantos atritos da partida.
– Quero falar uma coisa: tenho muitos jogos como profissional e nunca vim falar nada na imprensa porque nunca sofri esse preconceito. Quando tomamos um gol, o Bruno Henrique ia chutar uma bola, o Ramirez reclamou e fui falar com ele, que disse: “Cala a boca, negro” – relatou o jogador.
A bronca de Gerson acabou ocasionando um bate-boca com Mano Menezes. O técnico defendeu seu jogador e os microfones da transmissão de tevê captaram ele dizendo que o colombiano era “novo e ia aprender” e também reprovando a atitude.
– O Mano precisa aprender a respeitar as pessoas – desabafou Gerson, que mandou o técnico “fazer o seu trabalho” e ainda fez o gesto tradicional do “fala muito” em direção ao banco de reservas do Bahia.
A arbitragem não flagrou o lance e após muita discussão, a bola voltou a rolar. João Gomes e Natan foram ao banco do Bahia reclamar com Mano e reprovar o ato de racismo.
O lance inflamou os jogadores do Flamengo em campo. E o motivaram a buscar o 4 a 3. No fim, a vibração era enorme a cada lance ganho na bola.
Poucos minutos após o desabafo de Gerson, o arquirrival Vasco usou suas redes sociais para mostrar apoio e solidariedade ao flamenguista.
– Nos solidarizamos com o atleta Gerson em mais um relato inaceitável de racismo em nosso futebol. Esse tipo de luta está acima de qualquer rivalidade. Que seja apurado com rigor. Não podemos tolerar esse tipo de atitude! – postou o Vasco.
O atleta também se manifestou nas redes após o jogo.- O “cala boca, negro” é justamente o que não vai mais acontecer. Seguiremos lutando por igualdade e respeito no futebol – o que faltou hoje do lado contrário. Desde os meus 8 anos, quando iniciei minha trajetória no futebol, ouço, as vezes só por olhares, o “cala a boca, negro”. E eles não conseguiram. Não será agora – afirmou.
Estadão